Sim, é possível prever o futuro

Desde que se tem informações históricas sobre as sociedades humanas, nota-se nelas o interesse e o desejo de saber sobre a vida futura, o que aguardar. Os sonhos serão realizados? Expectativas se concretizarão? Algo terrível está para acontecer? Perguntas para as quais buscavam respostas.

Neste particular se destacavam os gregos. Movidos pela ânsia de obter respostas àquelas perguntas, e outras do mesmo gênero, procuravam conhecer o futuro de várias formas, sendo rituais religiosos específicos as mais comuns. Para atender esse desejo surgiram as pitonisas e seus oráculos, isto é, suas respostas às perguntas que lhes eram feitas. Oráculo era também o nome do local, considerado sagrado, onde as pitonisas atendiam. O mais famoso é o oráculo de Delfos, situado na cidade, que já não existe, de mesmo nome.

Outra forma de saciar essa fome de conhecer o futuro foi procurar as respostas nos astros ou nas cartas. Surgiram, então, os horóscopos e o tarô. Temos, ainda, a leitura das mãos (quiromancia), a interpretação da borra de café que fica no fundo da xícara (cafeomancia) e outros meios que a fértil imaginação humana foi capaz de criar. Todos ainda em voga. É grande e fiel a clientela. Mas deixemos de lado essas práticas e voltemos nossa atenção às pessoas conhecidas como videntes.

É possível que as videntes prevejam o futuro? A resposta é ‘sim’!  E a questão do livre-arbítrio? Não é a própria pessoa que determina seu futuro? Ou há um destino já traçado? Vamos examinar essas dúvidas por partes.

Não somente videntes podem prever o futuro. Imaginemos uma situação em que alguém deixa cair um copo. Qualquer pessoa pode predizer o que vai acontecer com ele. O que não se pode afirmar é que quando o copo foi fabricado ele já estava destinado a cair e espatifar-se. Se isso aconteceu, como no nosso exemplo, foi porque alguém se descuidou e uma lei da natureza foi acionada, a Lei da Gravidade.

Ainda assim, esse “destino” pode não se realizar e nosso copo não se estilhaçar, pois alguém poderia tê-lo apanhado quando ainda estava no ar. O copo salvou-se graças à intervenção da vontade de uma pessoa, talvez a mesma que o deixou cair.

Em uma situação mais interessante imaginemos uma pessoa no alto de um edifício de onde pode divisar o cruzamento de duas ruas. Em uma delas vê um carro se aproximando rapidamente do cruzamento. Vê também um segundo carro na outra rua aproximando-se do mesmo ponto. Ela pode prever o futuro, uma colisão. O que ela não pode afirmar, por ser uma inverdade, é que os dois motoristas estavam destinados a sofrer aquele acidente de carro.

O que é, então, o destino? O destino deve ser interpretado como o plano que o espírito projetou antes de reencarnar com objetivo de avançar em sua evolução. Nada além disso. Ele pode ou não ter êxito na realização desse plano. Vai depender de como conduzir sua vida. Um exemplo que pode aclarar este assunto é o de uma pessoa que decide fazer um curso. Nele se matricula com a intenção de terminar e conseguir um diploma. Vai terminar o curso como planejou? Sabemos a resposta, não é mesmo?

Voltemos, agora, nossa atenção às videntes. Se uma delas, ao ser procurada por um consulente, prevê um acontecimento que o envolve, se não estiver inventando estará recebendo intuições de espíritos que veem o rumo que o consulente deu e continua dando à sua vida e as consequências resultantes. Ainda assim, o futuro previsto pela vidente pode não se realizar. O consulente pode considerar a previsão como um alerta e redesenhar sua vida. É onde entra a questão do livre-arbítrio.

O ponto importante a se destacar é que todos os acontecimentos, sem exceção, são regidos por leis universais. Uma das mais conhecidas é a Lei de Causa e Efeito. Essa lei nos ensina que não há um efeito sequer que não tenha uma causa por trás. Portanto, o futuro de cada um é determinado por suas próprias ações, do passado e do presente. Nada está escrito nas estrelas, ou em qualquer outro lugar.

A Lei de Atração é outra lei que tem papel importante no futuro de uma pessoa. Um exemplo da ação dessa lei é a chamada profecia autorrealizável. O que vem a ser isso? Vamos aclarar com um exemplo simples. Imaginemos que uma vidente, mistificando, diz ao seu consulente que uma doença terrível está para se manifestar. Foi uma invenção maldosa, mas o consulente, não percebendo a crueldade, fica tão impressionado que passa a pensar em enfermidades dia e noite e acaba sendo acometido por uma doença que normalmente não ocorreria. O que a vidente disse resultou em uma profecia autorrealizada.

Citamos duas leis responsáveis pelos acontecimentos na vida de uma pessoa: a Lei de Causa e Efeito, e a Lei da Atração, ambas bastante conhecidas dos estudiosos da filosofia racionalista cristã. Se houver outras, e é possível que haja, ainda não são conhecidas. Contudo, aquelas duas já são suficientes para serem lembradas e seriamente consideradas em nosso viver diário.