No decorrer desta reflexão, buscaremos demonstrar que os conteúdos filosófico-espiritualistas divulgados pelo Racionalismo Cristão não configuram somente um instrumento eficiente na análise de fatos e situações, tendo, portanto, uma face teórica, neutra, abstrata. Defenderemos, mais precisamente, o posicionamento de que nossos ensinamentos possuem relação direta com a vida prática, podendo auxiliar de maneira eficaz o ser humano na condução de sua própria existência, na administração de seus relacionamentos e no cumprimento de seus objetivos.
Nunca será demais reafirmar que tão nobres e elevados, estáveis e austeros são os princípios espiritualistas do amor ao próximo, do respeito à diferença, do compromisso com a palavra empenhada, da dedicação ao trabalho, do valor do pensamento e da disciplina racional, que apreendê-los e incorporá-los significa desenvolver competências e habilidades que serão certamente úteis para o estabelecimento e realização das mais variadas metas ao longo da vida.
A fim de predispor-se para a concretização de seus projetos, requer-se do ser humano foco, responsabilidade, energia e disciplina, o que se torna dificílimo, por exemplo, quando ele dá espaço ao pessimismo e à maledicência, ressaltando os insucessos e defeitos alheios. No mais das vezes, faz isso com a finalidade de encobrir ou mesmo compensar as próprias frustrações e complexos. Se, por um lado, a insegurança de espírito – marca dos insatisfeitos e pusilânimes – se fundamenta na indisciplina, por outro lado, a capacidade de concentração e a atitude digna, que esclarecem o ser humano, despem-no de superficialidades e vaidades, fazendo-o reconhecer o próprio valor.
Na eleição de seus objetivos de vida e na defesa de seus reais interesses, a pessoa não deve aceitar cegamente a modelos prontos e definidos; deve, antes, buscar sua independência, traçando metas em consonância com suas particularidades. Assim, reforçará a própria identidade, e os atos que vier a praticar fomentarão o seu amadurecimento emocional. É certo que, quando o ser procura a aceitação social por meio da submissão a formas de vida alheias à sua realidade e história pessoal, acaba por hostilizar a personalidade e projetar indevidamente nos outros os valores de que, por natureza, é portador.
A transformação interior, em sua paulatina adequação aos valores éticos e morais, é condição essencial para a estruturação de uma personalidade robusta e resiliente que enalteça a constância e a perseverança, pressupostos reais para o cumprimento de metas e a conquista de objetivos.
No ser resiliente e transformado interiormente, as asperezas da vida, as dificuldades das conquistas, as adversidades e, sobretudo, as incompreensões, longe de lhe roubarem o vigor espiritual, acabam por refiná-lo.
O ser humano deve manter-se comprometido com as metas que traçou ao longo da vida à medida que se conscientizou dos valores da espiritualidade e testemunhou com atitudes objetivas sua vocação à expansão, ao progresso e à ampliação de seus talentos e atributos espirituais. Esse impulso interno transcende ao horizonte das fórmulas prontas, dos manuais de sucesso, das listas sugestivas de atitudes e dos famosos “passos a passo” que, direta ou indiretamente, acabam por tolher a criatividade e a autonomia das pessoas.
Inúmeros são os argumentos favoráveis à mudança positiva de perspectivas e ao aperfeiçoamento em sentido espiritual. Desejamos sinceramente que, ao contato com as impressões desta reflexão, possa o estudioso do Racionalismo Cristão definir metas que o impulsionem e o projetem cada vez mais alto, bem como materializar os mais sinceros desejos recônditos em seu espírito.
Muito Obrigado!