Veja como a Força evolui até chegar ao ser humano

Uma amiga e colega de estudos colocou-me a seguinte questão, mas esquivei-me a responder-lhe, antes de saber a vossa opinião, que desde já agradecemos, ela e eu. Eis a questão: historicamente, os seres humanos abatem animais e comem os respetivos organismos (matéria organizada) para se sustentarem fisicamente, o que acarreta a interrupção da “vida material” em curso das parcelas da Força em evolução neste mundo; ora, será lícito ao ser humano cometer esse ato predatório que, ao que parece, irá perturbar a normalidade da trajetória evolutiva desses seres imateriais (Forças Criadoras)?

Resposta: Prezada, como sabemos, a parcela da Força inicia seu processo de evolução neste planeta pelos minerais, constituídos de matéria inorgânica e que se caracterizam pela ausência de vida. Como o Todo Universal é regido por leis naturais e imutáveis, a parcela da Força irá percorrer os vários estágios do domínio dos minerais e, na associação com outras parcelas da Força, se colocará em condições de evoluir no reino vegetal.

As parcelas da Força, em constante atividade e agindo sobre a matéria inorgânica, criam a matéria orgânica, numa combinação de elementos regidos por leis da química, que não iremos detalhar. Essa matéria orgânica, em constante evolução, irá dar origem à célula, o que caracteriza o surgimento da vida, como o Dr. Antonio Pinheiro Guedes, em seu livro Ciência Espírita, afirma: “A célula é o pórtico da vida”. Por meio das leis da natureza, várias parcelas da Força sofrem transformações, com o objetivo de gerar a célula, que também irá multiplicar-se e sofrer inúmeras transformações, para a criação dos reinos biológicos.

As parcelas da Força, em sua trajetória pelo reino vegetal, vão adquirindo cada vez mais complexidade, para satisfazer às suas necessidades de evolução. E assim podemos ver essa variedade imensa de espécies vegetais que existem no mundo, indispensáveis à vida do ser humano na Terra.

Em continuação a essa trajetória evolutiva, também através de reações químicas, vamos adentrar o mundo animal, com o aparecimento de micro-organismos de ínfima espécie. Desses micro-organismos, partindo da espécie ínfima, empreende a parcela da Força sua evolução através de outras espécies e de outros organismos de maior desenvolvimento, atingindo sempre formas mais complexas, até atingir o reino animal, com o desabrochar da inteligência, do raciocínio e de outros atributos, e aperfeiçoando o instinto de sobrevivência.

Assim, de mudança em mudança de um corpo para outro imediatamente superior, vai a parcela da Força evoluindo, até atingir condições que lhe permitam, já como espírito, adquirir um corpo humano, em situação de exercer a faculdade do livre-arbítrio e assumir as responsabilidades inerentes a essa faculdade.

O livro Racionalismo Cristão, 46ª edição, assim se pronuncia sobre o processo evolutivo na Terra: “Ao iniciar-se no processo evolutivo, cada emanação da Inteligência Universal conta com as mesmas possibilidades, os mesmos recursos, encontra-se em idênticas condições e possui iguais valores latentes que os das demais emanações. Por isso, se desenvolve na mesma proporção até alcançar a condição de espírito, quando passa, de posse de um corpo humano, a dispor do livre-arbítrio para conduzir-se por sua conta.”

Bem sabemos que todos os seres vivos fazem parte da cadeia alimentar, uns servindo de alimento para outros, havendo, assim, um equilíbrio que garante a manutenção das mais variadas espécies de flora e fauna. O ser humano, através dos tempos, vem alimentando-se de vegetais e animais, como meio de garantir, também, a sua sobrevivência, porém, infelizmente, há exageros que vêm contribuindo para o extermínio da fauna e da flora mundiais.

Ainda o citado livro comenta que: “… quem faz evoluir o planeta são seus habitantes. Nos primórdios da civilização, eles possuíam um grau de evolução muito abaixo do atual. A compreensão e o conhecimento das coisas são consequências da evolução espiritual, e parcela da humanidade já considera a vida sob um aspecto que se aproxima, cada vez mais, da espiritualidade.”