Desequilíbrio psíquico

Desequilíbrio psíquico  e normalização psíquica
O desequilíbrio psíquico é um fenômeno comum e ocorre com frequência muito maior do que parte da humanidade imagina e compreende. Através do mau hábito da repetição contínua de pensamentos, sentimentos e ações negativas é que se cria esse tipo de perturbação. As inferiores vibrações de pensamentos criam distúrbios psíquicos se intensas e repetitivas.
São vários os caminhos que levam ao desequilíbrio psíquico, perturbação causada pela vontade mal educada, pelo uso indevido do raciocínio, do livre-arbítrio, das modalidades mediúnicas que, se mal utilizadas, tornam-se vias de acesso para o desequilíbrio psíquico, e pelo desconhecimento do que representam o binômio Força e Matéria e as leis evolutivas, especificamente, a lei de atração e a de causa e efeito, que são acionadas por meio da linguagem universal – vibrações de pensamentos – dos espíritos que operam em diversos campos astrais e físicos. Origem, sinais, como prevenir e corrigir o desequilíbrio psíquico é o que queremos ponderar neste artigo.
Origem. O desequilíbrio psíquico começa com uma leve perturbação, num primeiro momento, tendo o próprio ser como o responsável principal, pois é quem cria, viabiliza e dá vida aos pensamentos de baixas vibrações, alimentando-os e irradiando-os num primeiro momento. Procedendo, continuamente, com essa maneira de pensar, pouco a pouco, suas vibrações vão ficando conhecidas de outras inteligências que são espíritos e se casam com as vibrações desses que são os agentes externos – obsessores. Neste caso, passa a acontecer uma sintonia de vibrações, uma reciprocidade na forma de pensar entre o emissor e o receptor, gerando coparticipação, uma verdadeira e intensa troca de inferiores vibrações entre o ser que se deixa perturbar e o obsessor, possibilitando, assim, o segundo momento, que se configura num quadro de desequilíbrio psíquico de intensa perturbação, quando passa a acontecer a influência da ação externa, persistente, de uma inteligência, o espírito obsessor, que subjuga outra inteligência, o espírito que se deixa perturbar, para influir sobre este negativamente.
Portanto, no momento inicial do desequilíbrio psíquico ainda não existe a figura do agente externo, o obsessor, pois este só aparece num segundo momento como corresponsável no processo, utilizando-se de uma ou mais modalidades mediúnicas de  que o desequilibrado é portador, pelo menos da intuitiva por ser inata a todos, que são as vias através das quais se processam as comunicações entre o obsessor e o ser que se deixa perturbar quando este faz uso indevido de seus recursos psíquicos infringindo leis evolutivas.
Sinais. O desequilíbrio psíquico se configura em sinais que vão desde leves perturbações, como manias, medo, sinais depreciativos de si mesmo ou de outras pessoas, evidências de mistificações, enganar, cacoetes, nervosismo irrefreado, aborrecer constantemente o semelhante, paixões, adotar práticas viciosas, possessividade, culto ao corpo, todos os tipos de excessos, provocar ou alimentar discussões, indolência, demonstrar fanatismo, intolerância, ter ideias fixas, até se transformar em graves perturbações como a loucura, as fobias, o transtorno obsessivo compulsivo (TOC), o transtorno depressivo, o transtorno de perseguição e outras patologias psíquicas. Todos esses distúrbios, podem manifestar-se de forma branda ou intensa. Todos esses sinais indicam estar o ser a caminho ou mergulhado num processo de desequilíbrio psíquico.
Prevenção e correção. A prevenção e a correção de desequilíbrio psíquico se processam de forma segura e eficaz através da aplicação de duas abordagens: a do fortalecimento; a outra, a do esclarecimento. Ambas as abordagens são distintas, mas indispensáveis e se complementam para o pleno equilíbrio psíquico. As abordagens do fortalecimento e do esclarecimento são hábitos e condutas seguras e precisas recomendadas pelo Racionalismo Cristão para se ter uma vida profícua, harmoniosa e equilibrada.
Fortalecimento. A abordagem do fortalecimento compreende a disciplina na forma de pensar e viver e a limpeza psíquica, que é uma prática de higiene mental. Consiste em fazer o portador de transtornos psíquicos compreender, assimilar e pôr sistematicamente em prática as irradiações no lar, a participação nas reuniões públicas nas casas racionalistas cristãs e a remodelação de si mesmo, esforçando-se para aprender a educar, ordenar e disciplinar seus pensamentos e sua maneira de viver. A abordagem do fortalecimento é voltada para a importância da disciplina, de se ter horas para tudo, de manter o tempo ocupado, dedicando-se ao estudo, ao trabalho, ao lazer e à alimentação saudável, à formação de uma sinergia através do convívio respeitoso, franco e amoroso com a família, os amigos e a sociedade a qual se está inserido.
Esclarecimento. A abordagem do esclarecimento, trata-se de incentivar o portador de desequilíbrio psíquico para o estudo sério e compreensão do autêntico espiritualismo, das leis evolutivas, da necessidade do desenvolvimento das faculdades e dos atributos espirituais, da compreensão do binômio Força e Matéria como ponto de partida de todo o raciocínio para investigar as causas, os efeitos, o porquê de tudo que acontece com cada parcela da Força em evolução e de tudo que se vivencia no Universo – planos físicos e astrais -. O conhecimento preciso sobre Força e Matéria, codificado e difundido através da vasta literatura racionalista cristã, capacitando o portador de transtornos psíquicos a compreensão precisa, segura e verdadeira dos fenômenos físicos e psíquicos que ele vivencia e o habilita a pôr em prática um código de conduta de boa convivência social para se prevenir e corrigir transtornos psíquicos e ter uma vida produtiva e de qualidade.
Tomada de decisão. A decisão de qual abordagem deverá ser aplicada para a prevenção e correção dos distúrbios psíquicos, se pelo caminho do fortalecimento ou do esclarecimento, é bom que seja feita, espontaneamente, pelo próprio portador de desequilíbrio psíquico, se este, estiver em condições de fazer a tomada de decisão, senão, caberá aos interessados ou responsáveis em assisti-lo fazerem a escolha de quais abordagens adotar.
O ideal é aplicar simultaneamente, se possível, ambas abordagens, mas existem casos que por mais que os interessados se empenhem em ensinar os princípios da doutrina pela via da abordagem do esclarecimento ao portador do desequilíbrio, este não demonstra as mínimas condições de assimilá-los devido ao grau do estado psíquico em que se encontra. Recomenda-se, nesse caso, num primeiro momento adotar a abordagem do fortalecimento se esforçando para conduzir o enfermo para a limpeza psíquica nas reuniões públicas das casas racionalistas cristãs. Esta iniciativa deverá ser complementada com a limpeza psíquica realizada no lar, cumprindo rigorosamente a disciplina determinada para essa prática que se encontra no livro Prática do Racionalismo Cristão (versão atualizada). Participando o portador de desequilíbrio psíquico da prática da limpeza psíquica processada nas casas racionalistas cristãs e/ou no lar, em ambos procedimentos, o enfermo alcançará êxito na obtenção do mínimo de equilíbrio psíquico necessário para a partir dessa conquista, em seu estado psíquico, poder assimilar as orientações e os ensinamentos aplicados a ele, e por iniciativa própria passar a estudar, compreender, assimilar e colocar em prática os princípios da doutrina racionalista cristã e a aplicar boas autossugestões, através da abordagem do esclarecimento.
Responsável principal. O portador do desequilíbrio psíquico precisa compreender que ele próprio é o agente responsável principal pelos transtornos e experiências que está vivenciando e a ele cabe a reação e o esforço maior para a remodelação de seus pensamentos, sentimentos e atitudes para a prevenção e a correção definitiva do estado de desequilíbrio psíquico em que se encontra. É como se dissesse: o doente, que é o portador do desequilíbrio psíquico, é o responsável principal pela sua própria cura.
Marclei Barbosa Santiago
Militante da filial Patrocínio, Belo Horizonte (MG), professor universitário