Doenças psicossomáticas – depressão

No artigo anterior, publicado em novembro, tratamos da angústia, e neste vamos tratar da depressão. Todavia, antes vamos abordar aqui as sutis diferenças entre estresse, ansiedade, angústia e depressão para melhor entendimento dessas doenças psicossomáticas que, espiritualmente falando, são classificadas como transtornos ou desequilíbrios psíquicos.

O estresse ocorre quando a pessoa se vê diante de excesso de compromissos ou de intensa atividade que sobrecarrega sua carga mental a tal ponto que ela não consegue mais ter a necessária disposição para trabalhar todos os seus problemas com a necessária moderação e ponderação para superá-los. O indivíduo sente-se congestionado ou obstruído. Podemos até fazer uma analogia com o mesmo termo usado na engenharia mecânica, de onde se originou esse nome, significando um estado de tensão que chega a tal ponto que o material não resiste mais ao esforço a que é submetido no teste de resiliência e se rompe.

A angústia é uma mudança inexplicável no nosso jeito natural de ser, no nosso humor, no sentimento de tristeza, de culpa, mal-estar ou pela soma de todos eles. Ela é uma percepção de ordem psíquica. Por ter a ver com problemas mal resolvidos, a angústia turva o raciocínio das pessoas em momentos de crise e traz insegurança emocional recolhida no âmago da alma.

A ansiedade é uma preocupação mórbida com as obrigações e tarefas futuras, voltadas para aquelas que a pessoa pensa que vai dar errado por depender de terceiras pessoas ou outras situações adversas e que podem ocorrer quando chegar a hora de se materializarem. A pessoa fica ruminando pensamentos e sentimentos negativos antecipando essas ocorrências e, muitas vezes, elas acabam acontecendo. Enfim, medo ou temor de que suas expectativas venham a falhar.

A depressão é um transtorno mental bem complexo em que a pessoa perde o controle de si mesma, de sua vitalidade e produz sérios prejuízos no dia a dia do ser humano. Ela pode apresentar-se no estado leve, moderado ou grave. Os surtos podem ser periódicos ou continuados. A depressão não deve ser confundida com a tristeza, entre muitos fatores estressantes, mas ela pode resultar de uma tristeza prolongada. No seu aspecto mais clássico, a depressão apresenta dois sintomas principais: humor deprimido e falta de prazer em atividades que antes proporcionavam prazer (como, por exemplo, estar entre amigos, familiares, ou mesmo sair para passear e viajar).

Estatística. Em 2015, a Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que existem 322 milhões de pessoas com depressão em todo o mundo – 4,4% da população mundial e 18% a mais do que em 2005. De acordo com a citada entidade, no Brasil, em 2015, eram 11,5 milhões com depressão e 18,6 milhões com transtorno de ansiedade. Na época, essas duas doenças somadas representavam cerca de 16% da população brasileira. Hoje esse quadro foi muito agravado pelas condições de isolamento impostas pela pandemia covid, chegando a 20% da população. Isso representa uma pessoa afetada em cada cinco brasileiros!.

É doloroso revelar que o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo e o quinto em casos de depressão. As estimativas da OMS, divulgadas em maio de 2020, revelaram que 9,3% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade e a depressão afeta 5,8% da população. Em uma lista de 15 países estudados, na frente do Brasil, entre as vítimas da depressão estão a Ucrânia (6,3%), seguida da Estônia, dos Estados Unidos e da Austrália (os três com 5,9%). No total, a OMS ainda estima que, a cada ano, as consequências dos transtornos mentais no mundo geram perda econômica de US$ 1 trilhão. Pesam neste cenário, dizem especialistas, fatores socioeconômicos, como pobreza e desemprego, e ambientais, como o estilo de vida nas grandes cidades.

O crescimento dos casos de depressão, no mundo, é a principal causa do aumento de suicídios. Segundo Joviana Avanci, em artigo publicado pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz (Ensp/Fiocruz), “a intensidade de pensamentos negativos, sua profundidade, duração, o contexto em que surgem e a impossibilidade de desligar-se deles são fatores que determinam a crise suicida. Um suicídio costuma ser pensado, planejado e antecedido por tentativas. Existem suicídios por impulso, mas são raros”. Não é por acaso que a OMS escolheu a depressão como o tema a ser alvo de campanha internacional. Para a entidade, os governos ainda não dão atenção suficiente a esse problema tão sério de saúde mental.

Principais causas e fatores. Normalmente, a principal causa de geração da depressão é alguma forma de estresse, tristeza ou ansiedade decorrente dos revezes e dissabores enfrentados pela pessoa na luta pela vida. Nesse contexto, o mau uso do livre-arbítrio e o descontrole das emoções influenciam negativamente na solução dos conflitos. Nós sabemos que as formas como são enfrentados os obstáculos marcam as reações individualizadas de cada pessoa. Deixar esses fatores extravasarem pode disparar o gatilho para o desenvolvimento de doenças psicossomáticas até ao nível da mais grave que é a depressão e suas consequências no corpo físico. A lista desses fatores é extensa, mas podemos simplificar reunindo todos eles em tendências à negatividade e aos distúrbios de personalidade.

Conclusão. Enquanto a Psiquiatria trata o mal da depressão com fármacos tranquilizantes, o Racionalismo Cristão desperta os indivíduos para a espiritualidade com orientações apropriadas e utiliza as correntes vibracionais do Astral Superior nas reuniões públicas de limpeza psíquica, reequilibrando as energias psíquicas e mentais das pessoas.