Dúvida sobre múltiplas existências?

Conheci o RC em 1984, li suas principais publicações, mas não sou um assíduo frequentador, com média de dez comparecimentos às reuniões públicas por ano, embora costume fazer a limpeza psíquica em casa. Minha dúvida é, se o espirito não involui e só escolhe livremente a próxima existência física se já está maduro e tem merecimento para isso, como explicar o caso comum de gente que vem com dinheiro e/ou poder e faz mau uso disso?

Resposta: Prezado, o espírito em seu campo de estágio, faz o planejamento da próxima existência em corpo humano, e nesse planejamento certamente está prevista uma boa conduta. A respeito de seu retorno à Terra, o livro Racionalismo Cristão, em sua 45ª edição, assim se expressa:

“O espírito isola-se do seu passado ao encarnar. Esquecendo-se das encarnações antecedentes, apenas retém no corpo fluídico os ensinamentos oriundos das experiências pelas quais passou e as tendências resultantes do uso que fez do livre-arbítrio. Isso representa um grande bem. Primeiro, porque possibilita a convivência com espíritos que porventura foram seus desafetos, reaproximando-se deles sem ressentimentos ou malquerenças. Segundo, porque o espírito, sem a visão temporária dos erros do passado, que tantas vezes humilham, envergonham e até subjugam, aniquilando a vontade, melhor se condiciona para uma nova existência, em cada passagem terrena. Tudo quanto de bom adquiriu com esforço e trabalho conserva para sempre, e esse patrimônio espiritual lhe presta valiosa colaboração em cada encarnação, facilitando a conquista de novos conhecimentos, de novas qualidades e de melhor apuração de seus atributos e de suas faculdades. Assim têm feito e continuam a fazer bilhões de espíritos em sua trajetória por este mundo, numa longa série de encarnações.”

Esse esquecimento, embora benéfico, faz com que muitos espíritos se entreguem aos apelos materiais do planeta-escola, passando a fazer mau uso do livre-arbítrio. Terão sempre oportunidade de se redimir em vindas sucessivas ao planeta para dominar seus vícios e fraquezas, e cada vez mais desenvolver seus atributos espirituais.