Despertar para a espiritualidade

Antonio Cottas
Consolidador do Racionalismo Cristão

O despertar para a espiritualidade depende das próprias pessoas. Umas despertam cedo, enquanto outras demoram mais. O despontar resulta do arcabouço espiritual de cada uma, do acervo de conquistas do espírito em existências passadas. As que têm essa inspiração sentem que algo superior eclode do âmago e se espalha pelo caminho evolutivo agora clareado por luzes astrais, que lhes dão esperança de novas conquistas espirituais através do domínio de si próprias.

Outras se perdem por esse caminho, esquecidas do que vieram fazer no planeta-escola Terra: conquistar maior evolução espiritual. Trocam o compromisso feito no mundo de estágio pelas diversões e ilusões que o mundo de escolaridade oferece.

Cedo ou tarde, os seres humanos, sem exceção, terão de despertar para a espiritualidade, muitos por sofrimentos quase certos. Mas vão despertar pela necessidade de mais luz interior, para que a vida seja vista por outro prisma, em que a matéria passe a ser o meio de que irão servir-se para conquistar algo mais sublime, a espiritualidade, concretizando no plano físico a verdadeira vida, que é a planejada em campo astral.

O Racionalismo Cristão abriga princípios norteadores voltados para as pessoas que vislumbram a espiritualidade acima de tudo que este mundo oferece, pois clareiam ainda mais seus pensamentos já despertos, elucidando-as sobre os porquês da vida.

A elucidação que o Racionalismo Cristão oferece aos seres humanos depende, portanto, da absorção que fizerem de seus princípios doutrinários, da vontade de fortalecer o espírito através da prática do bem.

E assim, da união do Racionalismo Cristão como doutrina esclarecedora com as pessoas que procuram mais luz espiritual resulta a grande força que as levará a conquistas evolutivas, com muita paz e felicidade.

Falta solidariedade às pessoas

Humberto Rodrigues
Presidente Astral do Racionalismo Cristão

O mundo ainda carece do sentimento de solidariedade. A materialidade dominante, que entorpece ou embrutece o espírito, leva os seres humanos a uma existência egoísta, voltada apenas para seus interesses pessoais, suas ambições e seus caprichos, substituindo o olhar coletivo em busca do bem comum pelo olhar individualista dirigido a si mesmos.

O sentimento exclusivista que caracteriza muitos indivíduos campeia por este mundo, a dominar o poder público, as instituições e parte do setor privado de muitas nações. Essas pessoas só agem em benefício próprio. Motivadas pela cobiça, correm de maneira desenfreada atrás de riquezas materiais, de posições de mando, de poder, que julgam importantes. Acham-se inteligentes, muito espertas, bem-sucedidas, bem mais que os semelhantes, dos quais se aproveitam em detrimento das condições sociais dos mais necessitados.

É preciso que as pessoas de maneira geral despertem para a espiritualidade, que olhem para dentro de si mesmas, procurando enxergar como se comportam, como vivem seu dia a dia. Ao olharem para o próximo, não o fazer com a visão crítica de quem só aponta defeitos, de quem exige o que não pode ser oferecido, mas com a perspectiva de ajudá-lo a superar as necessidades com um sorriso fraternal, uma palavra amiga, apoio moral e até material quando for possível, pondo em prática, dessa forma, o sentimento de solidariedade a que nos referimos, que sempre aponta uma diretriz, um norte, pois há muitas formas de ajudar, inclusive com bons exemplos.

É importante que as pessoas iniciem já o exercício da solidariedade ao próximo, não olhando apenas as necessidades próprias, mas implementando projetos que visem ao bem comum, ainda que abram mão de algo que não lhes faça falta. Se cada pessoa se doar um pouco aos semelhantes, oferecendo-lhes algum tipo de ajuda, um mundo melhor poderá ser alcançado: mais cooperativo, mais fraterno, sem tantas disputas entre os povos.

Os esclarecidos sofrem com as desgraças humanas, com as agruras das pessoas menos favorecidas, porque enxergam algo mais que envolve os seres como parcelas da Inteligência Universal em evolução no planeta, sentem que vale a pena lutar com seu esforço pessoal pelo bem-estar da coletividade.

Portanto, os seres humanos devem desapegar-se das questões puramente materiais e olhar para vida espiritual, a verdadeira vida, aprimorando seus atributos e suas faculdades. O progresso evolutivo de um indivíduo representa parcela do conjunto humano a viver sem esmorecimento diante das lutas próprias deste planeta-escola. Saibam conduzir-se pela estrada do bem com vigor espiritual e olhar coletivo de solidariedade, porque a humanidade carece dos princípios espiritualistas que o Racionalismo Cristão defende e divulga.