Racionalismo Cristão – o construtor de pontes

O último compromisso do presidente internacional do Racionalismo Cristão, Gilberto Silva, na viagem a Portugal foi, em 4 de setembro, participar da comemoração dos 35 anos de elevação da casa racionalista cristã de São João da Madeira à categoria de filial. A reunião cívico-espiritualista teve a presença da comitiva de militantes do Brasil que acompanhou Gilberto Silva e de dirigentes e militantes de casas racionalistas cristãs da Europa.

Na reunião comemorativa, o presidente da Casa aniversariante, Luís Moreira Barbosa, fez uma saudação especial à assistência: “À nossa querida assistência um grande abraço espiritual, enaltecendo a presença de vocês e a magnífica vontade de aprender a melhor filosofia espiritual para os nossos tempos, o Racionalismo Cristão.”

Disse o presidente: “Ao longo destes 35 anos, a uma média de 14 mil, dá o lindo número de 490 mil seres humanos que frequentaram as nossas três reuniões semanais. Se 10% dessas pessoas aderiram aos ensinamentos, dá o significativo número de 49 mil pessoas, Alguns acharão muito pouco, mas vejam:

Um dia, um jornalista, ao entrevistar a madre Tereza de Calcutá, argumentou: ‘Com todo o respeito, o que a senhora está fazendo é uma gota no oceano.’ Ela respondeu: ‘Gotinha a gotinha o oceano ficará mais cheio.’

O grande oceano, em termos de comparação, a humanidade, com as gotinhas que o RC deposita dia a dia, ficará cada vez mais cheio de esperança, de fraternidade e de solidariedade global.”

Em pronunciamento, em que desenvolveu o tema Racionalismo Cristão – construtor de pontes, Luís Moreira Barbosa tratou do aparecimento das inteligências superiores, supervisionando o desenvolvimento dos homídeos, a era das consciências precognitivas, estigmatizadas pela ambivalência das forças irracionais, predominando muito mais a programação cósmica do instinto irracional, no desenvolvimento dos sentimentos e das emoções.

Disse que pouquíssimos, estigmatizados pela lei da evolução, rapidamente se adaptaram à ferocidade do ambiente e das forças sempre ativas da natureza. Descobriram que os seus próximos, movidos pela ignorância do desconhecido, desenvolveram a subserviência aos deuses criados pelos seus medos. Logo, os mais astutos fizeram-se intermediários e interpretes desses deuses, originando os misticismos e dogmas que evoluíram para o nível de religiões, criando os hominícolas, adoradores de coisas e de homens.

Estigmatizada por essas crenças ao longo de milênios, a grande maioria continua até os dias de hoje a seguir e a adorar estátuas e homens.

Num processo evolutivo lento, de centenas de milhares de anos, os primitivos e insipientes pensamentos e raciocínios refletindo sobre a vida originaram o desenvolvimento da consciência cognitiva, inteligência aliada ao raciocínio, à força de vontade e ao livre-arbítrio, a era das mentes primitivas.

Prosseguiu: Pelas pontes intuitivas das Inteligências Superiores, os seres humanos foram desenvolvendo capacidades intrínsecas até o nascimento de Cristo, o início da era das mentes inferiores.

Clarividências premonitórias, ao longo desses 2 mil anos, previram uma nova era, os ensinamentos do Mestre Nazareno desmistificados, originando uma nova filosofia adaptada para os nossos tempos, um novo código de conduta, baseado em ensinamentos de Grandes Mestres, sobretudo os de Cristo, e, pelas grandes intuições superiores, foi implantado na escola terrena o Racionalismo Cristão, a origem da era das mentes superiores.

Ao longo dos séculos houve guerras fratricidas, originando a construção de muros, gradualmente muitos muros foram derrubados e no contemporâneo estamos a aprender com a doutrina racionalista cristã a construção de pontes.

Na interação de uns com os outros, através do bom relacionamento, do respeito mútuo, da reciprocidade de atenções, da solidariedade global e da tolerância pela liberdade de pensamento de todos, o ser humano enriquecerá a sua personalidade, aprimorando o seu caráter, tornando-se um construtor de pontes de entendimento com pessoas de todas as idades.

Nunca deveremos dividir o que por natureza deve estar unido! As sequóias são árvores muito altas, no entanto as suas raízes, em vez de muito profundas para sustentar a altura, estão à superfície, parecendo uma aberração da natureza. Essas árvores são exemplo de como os seres humanos se devem comportar.

As sequóias crescem em grupos e as suas raízes entrelaçam-se sob a superfície da terra, assim suportam-se, amparam-se umas às outras, resistindo à devastação dos ciclones e dos tornados.

Os seres humanos também crescem em grupos, na família, com os amigos, colegas de estudo, de trabalho, com os vizinhos, interagindo na comunidade.

Quem desprezar as raízes, sobretudo as da família, ficará mais exposto à ferocidade das forças negativas que interagem sub-repticiamente, através do extrassensorial, metafísico, arrastando esses imbecis seres humanos para a solidão e para o caos.

Um verdadeiro racionalista cristão não constrói muros de isolamento, mas, sim, pontes de entendimento. Um verdadeiro racionalista cristão não tem inimigos, para esses ele constrói pontes vibratórias com irradiações amigas. Um verdadeiro racionalista cristão deve seguir o exemplo das ostras.

A ostra detesta que corpos estranhos penetrem na sua concha, não conseguindo expulsar o intruso, utiliza a sua irritação para produzir algo muito belo, a preciosa pérola. O sábio e inteligente ser humano, perante as mais diversas contrariedades, a ingratidão, a grosseria e a sobranceria, faz como as ostras, transforma a irritação em tolerância, criando pérolas, pensamentos positivos e pontes de entendimento.

O valor do elogio nas pontes de entendimento ativa forças intrínsecas que geram energia e dinamismo. A tolerância e o sorriso são o melhor aço para a construção de pontes de entendimento e a simpatia é a via mais rápida para chegar ao outro.