Reflexão sobre nossa existência

“Penso, logo existo” nos ensinava o filósofo Descartes, em 1637, em sua obra o Discurso do método, que tive a felicidade de ler. Na obra ele questiona os métodos até então aplicados para explicar nossa origem, nossa existência. Recomendo aos estudiosos que leiam e vejam que interessante. Não estamos aqui por acaso. O nosso propósito é praticar a renúncia quanto às nossas imperfeições intrínsecas e assim poder praticar a empatia.

Trazemos de várias existências débitos que devem ser renunciados (extirpados) de nós para que possamos seguir em frente. A introspecção, busca interna, nos faz refletir sobre quem somos realmente e não quem mostramos ser. Descobrir que somos piores do que quem apontamos como ruim é demais para nossa cabeça, mas o exercício da renúncia é buscar dentro de nós erros ali enraizados e destruí-los.

O mundo-escola Terra não é de prazeres, de ganhar, de não ter sofrimentos; ao contrário, é um ringue em que lutamos a cada dia pela nossa sobrevivência. Essa sobrevivência não depende somente de nós, mas da coletividade. Por isso nosso trabalho como racionalistas cristãos é importante para a nossa existência na Terra. Se dependemos do outro para nossa sobrevivência, só conseguiremos processar nosso trabalho de ajuda no saneamento, quando nos voltamos para nós mesmos renunciando aos nossos erros, deixando livre o nosso arbítrio para que possamos trabalhar pelo bem. Sendo assim, nossa finalidade é nos limparmos por dentro, nos lapidarmos, deixarmos de ser pedra bruta e nos tornarmos luz pura, sem máculas, retirando nossas imperfeições.

Quanto mais nos limpamos, mais enxergamos o outro como nosso irmão em essência, menos julgamos, e mais queremos ajudá-los em sua evolução. Ajudar o outro não significa impor nossas ideias e ideais a ele. Significa entender que a evolução do outro não é a mesma que a nossa e que se nós valorizamos nossa existência pode ser que ele não a valorize porque não se conhece como Força e Matéria e vive totalmente para a matéria.

Temos muito a agradecer à nossa existência. Agradecer a chance de estarmos no planeta Terra é o mínimo que podemos fazer. Processar a nossa evolução buscando maior valorização do ser humano é obrigação. Ter nossos atributos aflorados e nossas faculdades controladas a serviço do bem também é obrigação. Mérito é quando fazemos algo que ultrapassa o que viemos fazer, quando transcende, ou seja, não precisaríamos fazer, mas fizemos por amor ou quando lutamos muito por algo de bom até consegui-lo.