Seja solidário com quem precisa, mas não sustente vagabundos

“Se deres um peixe a um homem faminto, vais alimentá-lo por um dia. Se o ensinares a pescar, vais alimentá-lo por toda vida.” – Lao-Tsé

O item quinto da síntese dos princípios racionalistas cristãos diz: “Estender seu auxílio a quem dele necessitar, quando os meios e a oportunidade o permitirem, mas não contribuir para sustentar a ociosidade e os vícios de quem quer que seja.”

A prática do bem é exercício de espiritualidade, mas há que se ter prudência e bom senso no auxílio aos semelhantes para que essa ajuda não se configure como estímulo ao vício e à indolência dos que fraquejam na jornada evolutiva por possuírem vontade deficiente e notória indolência e desinteresse em lutar pelo próprio desenvolvimento material e espiritual.

Palavras de encorajamento, força, alento e entusiasmo muitas vezes dão mais frutos do que ajudas materiais, pois sacodem e fazem despertar o espírito, estimulando-o e fortalecendo-o para os embates da vida terrena, levando o ser a caminhar com as próprias pernas e mais confiante em si mesmo.

É preciso que se compreenda o que significa ser solidário e ser caridoso. A prática da caridade traz subentendida a ideia de incapacidade e fragilidade da pessoa necessitada de auxílio, em reverter a situação em que se encontra, geralmente de ordem material. A caridade deixa subentendida a marginalização social e inferioriza os já menos favorecidos socialmente.

A solidariedade é um processo de conotação espiritual e efetiva, como a expressada no ensinamento de Lao-Tsé. Ser solidário no sentido da palavra é colaborar, assistir, amparar etc.

Isso nos leva a refletir que para ser solidário é preciso ter empatia e saber colocar-se no lugar do outro, compreendendo o motivo de suas necessidades.

Ser solidário é apostar nos recursos espirituais latentes em cada ser humano que lhe possibilitam superar seus próprios problemas. Levar esclarecimento espiritual aos nossos irmãos em essência também é um ato de solidariedade.

Fazendo uma analogia, podemos comparar a vida em um planeta-escola, como é a Terra, com um rio, em que os seres menos esclarecidos estão à sua margem indiferentes e passivos, apenas vendo as águas passarem por ele sem saber como tirar melhor proveito desse rio que é a vida, com suas oportunidades evolutivas. É para esses indivíduos que o Racionalismo Cristão estende a mão e mostra o caminho da espiritualização, ensinando-os a contar com seus próprios atributos para vencer as batalhas da vida.

A caridade dá o peixe enquanto a solidariedade acontece mais profundamente quando ensina a pescar, convidando as pessoas a raciocinar com lógica e bom senso, encontrando na reflexão a raiz dos seus problemas, sejam eles de ordem material ou espiritual.

Ser um agente da solidariedade é indicar o endereço de uma casa racionalista cristã a todo aquele que estiver necessitando de encorajamento, de estímulo e autoconfiança. A filosofia racionalista cristã é um porto seguro, que, através de seus ensinamentos de elevada moral cristã, fortalece espiritualmente os que se dedicam a estudar a vida espiritual e é a bússola que aponta sempre o melhor caminho.